A carioca Iafa Britz, por meio da Migdal Filmes, é quem está por trás da produção do longa-metragem Irmã Dulce. Nesta terça-feira (11/11) à noite, o filme ganha pré-estreia para convidados no Kinoplex Recife, em Boa Viagem, com a presença da produtora, do diretor Vicente Amorim e das atrizes Bianca Comparato e Regina Braga, que interpretam a freira em duas fases de sua vida.
Iafa Britz é conhecida por dois grandes sucessos recentes do cinema brasileiro: o espírita Nosso lar, de Wagner Assis, e a comédia Minha mãe é uma peça, de André Pellenz. Juntos, os dois filmes fizeram 8,5 milhões de espectadores.
De origem judia, Iafa se diz “bem ecumênica” em relação a questão religiosa. “Há três anos, uma devota de irmã Dulce me contou a história dela e acabei falando com Bruno Wainer, da distribuidora Downtown, sobre a ideia de um filme. Depois, conheci Maria Rita, sobrinha de irmã Dulce, e fiquei maravilhada com as obras sociais que ainda estão sendo feitas, mesmo depois de 20 anos da morte dela”, explica a produtora.Produzido ao custo de R$ 9,5 milhões, o filme cobre a vida de irmã Dulce da década de 1920 até a década de 1980, quando ela subiu no altar do Papa João Paulo II, durante uma missa em Salvador, e foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz. “Como Nosso lar foi importante para mim, Irmã Dulce também está sendo, principalmente por vincular a fé com a questão social e o amor ao próximo”, enaltece Iafa.
Desde o primeiro momento envolvido no projeto – ficou de fora apenas quando se dedicou a Corações sujos, seu último longa –, o cineasta Vicente Amorim conhecia a história de irmã Dulce desde a adolescência. “Eu acompanhei pela TV o trabalho dela. Sua opção pelos pobres era um assunto recorrente na minha casa. Meu avô tinha uma grande admiração por ela”, relembra o cineasta, que já dirigiu cinco longas-metragens, todos eles baseados em fatos reis.
“Essa conexão com a realidade não é um acaso no meu cinema, protagonizado por pessoas comuns, mas que existiram. A diferença é que irmã Dulce traz uma diferença e uma grande responsabilidade, porque ela é uma personagem pública, considerada pelos brasileiros, especialmente os baianos, uma santa”, salienta o cineasta.
Outro desafio de Vicente Amorim foram as filmagens em Salvador, nos lugares onde a freira trabalhou e viveu. “Seria muito pior se tivesse sido filmado em São Paulo, uma cidade que não guarda marcas do que foi 20 ou 30 anos atrás. Em Salvador, a parte história é quase a mesma da década de 1940. Ainda filmamos em Alagados, antes da destruição das palafitas”, garante Vicente.
Fonte: JC Online