Na quinta-feira, dia 7 de junho, a Igreja Católica celebra a festa do Corpo de Deus, mais conhecida como festa de “Corpus Christi”. É uma festa típica da Igreja Católica, onde se faz a profissão pública da fé na presença real de Cristo na Hóstia consagrada.

No momento em que os crucifixos estão sendo retirados de muitos ambientes públicos e as manifestações de fé sempre mais restritas aos templos, a festa de Corpus Christi ganha contornos especiais. Através dos tapetes que são confeccionados e das procissões que são realizadas, os católicos dão mostra da força da sua fé, negando-se a deixar de proclamar o Evangelho por “cima dos telhados”. Mesmo reconhecendo que o lugar ordinário de celebrar a fé é o templo, os católicos entendem que a existência de sinais externos e de manifestações públicas vem ao encontro da prática de Jesus que anunciava o Reino de Deus nas praças, ruas, beiras de lago e montanhas.

Além de ser manifestação pública de fé, Corpus Christi é a festa da comunhão e da ação de graças. Por meio dela, enquanto se elevam hinos de ação de graças, se expressa também o desejo de viver uma íntima relação com Deus e uma fraterna comunhão com os irmãos.

A hóstia consagrada que, adorada como Corpo de Cristo, é carregada pelas ruas da cidade, simboliza o desejo de usufruir a perene presença de Cristo junto do povo que tem fé, repetindo o convite dos discípulos que acolheram o Ressuscitado em sua caminhada para Emaús: “Fica conosco, Senhor!” (Lc 24,29).

O fato de acontecer uma única celebração nas paróquias e até em muitas cidades, simboliza a unidade que se deseja entre as pessoas que moram no mesmo espaço geográfico. Apesar de sermos membros de várias comunidades e morarmos em distintos bairros, nos unimos numa única manifestação de fé e louvor a Deus. Deixamos de lado as diferenças políticas, sociais e ideológicas para darmos “graças e louvores ao Santíssimo Sacramento”.

Antes da festa do Corpo de Deus, a Igreja celebra a festa da Santíssima Trindade. É o momento em que somos chamados a olhar para Deus como a unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo. “Não uma única pessoa, mas três pessoas num só Deus”. Por isso, “adoramos cada uma das pessoas, na mesma natureza e igual majestade”. E é também por isso que a Igreja nos motiva a rezarmos constantemente: “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre. Amém”. É uma oração simples e curta, mas de profundo significado teológico.

Aproveitemos as festas da Santíssima Trindade e de Corpus Christi para renovarmos a nossa fé, unindo-nos em ação de graças ao Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

Amém.

Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)