10443962_1002996199726559_1193250355_nCom diagnóstico de anencefalia (‘doença caracterizada pela má formação ou ausência do cérebro e/ou da calota craniana’), Ruhama venceu todas as probabilidades de morte. Fruto de uma gravidez de gemelar, a menina há 2 anos e 9 meses prova que a vida deve ser respeitada. O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, recebeu nesta terça-feira, 27, Ruhama, os pais e Amin Mateus, o irmão gêmeo da garota. O encontro foi na Cúria Metropolitana, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife.

O nome Ruhama talvez soe estranho, mas basta olhar para a, aparentemente, frágil criança para entender a escolha. O significado da palavra bíblica é “aquela que recebeu a graça”. A dádiva da vida. Quem a vê ao lado de Amin Mateus, não imagina que sejam gêmeos idênticos. Gerados na mesma placenta, a vida dos irmãos e da mãe corria sério risco. Mas a família não hesitou. Seguiu a diante.

De acordo com o pai das crianças, Haroldo, todos os médicos consultados afirmavam que ela não sobreviveria. “Eles não davam mais do que 24 horas de vida. Depois deram mais 72h e ela foi se desenvolvendo”, contou. A família reside na cidade de Caicó, no Estado do Rio Grande do Norte.

A história de Ruhama ultrapassou fronteiras. Hoje, ela é conhecida não apenas no Brasil, mas no mundo. Durante a vinda do papa Francisco ao Brasil para participar da Jornada Mundial da Juventude em 2013, o pontífice ouviu o relato dos pais e por um instante segurou a menina nos braços.

10754792_1002995603059952_1387429020_nHaroldo e Mariselma percorrem o país testemunhando a graça recebida. “Nossa missão é evangelizar. Mostrar que a vida vale a pena. A vida é tudo. Vamos até às dioceses com a autorização dos bispos”, afirmou Haroldo. O caso de Ruhama tem sido usado como exemplo durante as formações sobre Bioética para juventude nos vicariatos da Arquidiocese de Olinda e Recife. Um vídeo feito pela Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Vida e a Família tem sido exibido durante as palestras.

Dom Fernando mostrou-se surpreso e feliz ao ouvir a história e poder pegar a criança nos braços. “Eu não sabia que havia uma criança com anencefalia com mais de dois anos. Dou graças a Deus! É uma comprovação de que a vida merece sim respeito e que a ‘cultura do descartável’ deve ser combatida”, ressaltou o religioso.

O casal está no Recife para participar do 1º Encontro Pró-Vidas do Nordeste promovido pelo grupo Natureza Humana. O evento é fechado e será realizado neste fim de semana em Aldeia, cidade de Camaragibe.

O arcebispo convidou a família para compartilhar a história de Ruahma com o clero no próximo sábado, 29, durante a Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, no bairro da Várzea, Zona Oeste da capital.

 

Da Assessoria de Comunicação AOR