Quatro anos depois de reabrir as portas aos fiéis, a concatedral de São Pedro dos Clérigos, no Pátio de São Pedro, no Recife, vai passar por obras mais uma vez. A igreja ficou fechada entre os anos de 2013 e 2016, quando foi restaurada a parte de engenharia civil do templo, como coberta, instalações elétricas, hidrossanitárias, esquadrias e pintura externa, e agora chegou a vez de restaurar os bens imóveis e integrados, na parte interna da igreja.

A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) de Pernmabuco, Renata Borba, explica que os bens integrados referem-se à parte não estrutural. “É a parte de adorno, como se diz popularmente, como forro da nave, altares laterais e capela-mor”, disse. As imagens dos santos são considerados bens móveis e não serão restauradas neste projeto.

“Esse é um dos monumentos mais importantes do Brasil”, disse Renata. “A pintura de João de Deus Sepúlveda (no forro) é referência para pesquisadores do mundo inteiro. Temos nas mãos a oportunidade de resgatar um patrimônio da cidade e do Brasil”, afirmou com entusiasmo.

A obra vai acontecer a partir de uma parceria entre o Iphan e a Arquidiocese de Olinda e Recife. Por inicitiva do padre Rinaldo Pereira, à época à frente da Comissão Arquidiocesana de Restauro, um projeto foi feito e doado ao Iphan para que o realizasse. A empresa RC Restaurações e Construções, do estado da Bahia, ganhou a licitação do Iphan para executar a restauração da concatedral, que deve durar 16 meses e envolver cerca de 30 profissionais da área. Os andaimes e o canteiro de obras já estão sendo montados.

Em missa que marcou o início do restauro, hoje, ao meio dia, na concatedral de São Pedro dos Clérigos, dom Fernando Saburido fez memória do titular da igreja, São Pedro. “Que este templo seja expressão de unidade, ligando a terra ao céu”, disse o arcebispo. “Que esta concatedral possa mostrar novamente sua beleza e receber o reconhecimento da comunidade, com a volta das pregações e da participação do povo, porque temos um carinho especial por este templo onde habita a Trindade”, completou.

Esse também é o desejo do professor de geografia Fábio Soares Cardoso, de 38 anos, que participou da missa presidida por dom Fernando. “Espero que a restauração faça a igreja ficar ainda mais bonita do que é, por ser uma igreja bem localizada, pois queremos participar das missas e aproveitar a beleza dessa igreja histórica”, comentou.

Tendo assumido a capelania da concatedral, o padre José Vila Nova concelebrou a missa e rezou pela equipe que vai trabalhar na obra. “Que os profissionais envolvidos cumpram bem sua missão e possam dar este presente à cidade do Recife e à nossa Arquidiocese”, concluiu. Segundo o capelão, as missas continuarão ocorrendo nas quartas-feiras ao meio-dia, mas serão celebradas na sacristia, que é bastante ampla.

Pascom AOR