Na Sexta-feira Santa, a lembrança da morte de Jesus na cruz calou a Igreja no mundo inteiro. Não foi diferente na Catedral Metropolitana do Santíssimo Salvador, em Olinda. O cortejo silencioso do arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, em direção ao altar, foi silencioso. Bispo e sacerdotes concelebrantes prostraram-se diante da cruz, pedindo perdão a Deus pelos pecados do mundo inteiro.
Os fiéis que foram até a catedral participaram contritamente da celebração da Paixão do Senhor, único dia em que não há missa na Igreja, pois não há consagração da hóstia para que se torne Corpo e Sangue de Jesus Cristo. A exceção do calendário litúrgico, no entanto, não significa que os fiéis ficam privados da comunhão: todos recebem a reserva eucarística (espécies consagradas no dia anterior) em fila, como nos demais dias do ano.
Dentre os momentos mais marcantes do rito desta celebração é a revelação da cruz: o arcebispo descalça os sapatos em sinal de humildade e percorre a nave da igreja segurando “o lenho santo da qual pendeu a salvação do mundo”. Em três paradas, o pano roxo que cobre a cruz é retirado aos poucos, revelando o Crucificado. Em seguida, o bispo apresenta a cruz e coloca-a numa base de madeira. Diante dos fiéis, o arcebispo beija a cruz e convida a assembleia a repetir seu gesto.
Na homilia, o arcebispo falou sobre a atitude extrema de Jesus de entregar-se na cruz pelos irmãos, como prova de amor. “Neste mundo sofrido, é o amor que vai fazer a diferença”, disse dom Fernando. “É urgente vivermos como irmãos, procurando de fato vivermos um para o outro. Jesus nos ensina a amar como Ele amou, sendo capaz de doar a vida pelo irmão. ‘Amar o próximo como eu vos amei’, Ele disse. No dia em que a humanidade entender esse Mandamento Novo deixado por Jesus, tudo vai ser diferente. Com certeza, isso que vai solucionar todos os problemas. Que Deus nos dê força e nos dê coragem para vivermos plenamente essa realidade: que cada um possa, de fato, dar sua contribuição para que essa situação difícil que nós atravessamos mude. Que haja, de fato, entre nós, mais compreensão, mais amor, mais misericórdia”, completou o arcebispo.
Integrante da Comunidade Shalom, Olga Mariz, de 60 anos, sempre participa do Tríduo Pascal na catedral. Estava na celebração da Paixão do Senhor e acompanhou a procissão do Senhor Morto pelas ruas do sítio histórico de Olinda. Para ela, é importante viver este momento como Igreja. “Relembrar o sofrimento de Jesus, tudo o que Ele passou por nós é fundamental para o cristão”, disse. “Ver sua vitória sobre a morte fortalece nossa fé”.
A Paixão do Senhor é a segunda celebração do Tríduo Pascal, que começa na Quinta-feira Santa com a Missa do Crisma (também chamada de Missa dos Santos Óleos e de Missa da Unidade) e termina no Sábado Santo, de Aleluia, com a ressurreição de Jesus.
Paróquias
A movimentação nas paróquias da Arquidiocese de Olinda e Recife foi intensa. Nesta Sexta-feira Santa, muitas foram as procissões nos 19 municípios que fazem parte do território arquidiocesano, no litoral norte, litoral sul e Zona da Mata de Pernambuco. A galeria abaixo mostra o registro das celebrações em algumas igrejas matrizes e capelas da Arquidiocese.
Pascom AOR