Queridos religiosos e religiosas que fazem parte do Regional Nordeste 2 da CNBB, Como todos nós sabemos, o mês de agosto é o mês das vocações e ao longo deste mês recordamos o chamado que o Senhor faz a cada um e a todos nós. Como é bonito nos debruçarmos sobre nossa vida e, ao olharmos nossa história, podermos recordar aquele momento crucial em que Deus tocou nossos corações e fez com que decidíssemos entregar a Ele todo o nosso ser.
Assim, ao falar sobre a vida religiosa me vem à mente o que diz São Paulo: “aquele que vos chama é fiel (1 Ts 5, 24). É fiel e não abandona os seus, por isso tenho certeza de que vale a pena entregar a Ele o melhor de nossos anos, de nossas forças, de nossas vidas, para assim podermos anunciar o Evangelho confiando na graça que Ele derrama em nossos corações.
Lembremos todos que fazemos parte da grande família de Deus e uma das grandes características que devemos ter presentes entre nós é a solidariedade. Sendo assim, procuremos crescer cada vez mais na virtude moral, tendo um comportamento perante a sociedade que nos faça apresentar sempre mais às pessoas o sentido profundo da nossa vocação.
Não esqueçamos que procedemos de uma família humana e muito provavelmente foi em nosso lar que recebemos os primeiros fundamentos da nossa fé, uma vez que este é o lugar onde se vivem e transmitem os valores da fraternidade. É em casa que aprendemos o significado do servir ao próximo e este serviço não é ideológico, afinal, não servimos ideias, servimos pessoas, buscando colocar em prática o pedido do Senhor: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo13, 34).
Busquemos viver em nossas comunidades a fraternidade, por isso vale a pena lembrar o que disse o Papa Bento XVI a Superiores Gerais: “a vida fraterna é um dos aspectos que os jovens mais buscam quando se aproximam da vida de vocês”, por isso, deem testemunho do Evangelho, mostrando que esta é uma realidade possível, fugindo assim do individualismo que sufoca a sociedade moderna.
Dificuldades ao longo do caminho teremos sempre, mas nestes momentos, devemos nos habituar “a ouvir a voz do coração. É através dele que Deus fala conosco e nos dá a força que necessitamos para seguirmos em frente, vencendo os obstáculos que surgem na nossa estrada”, como afirmava Santa Dulce dos Pobres.
Aconselho a todos a que sejamos mestres de oração, experimentados na fé, mas sempre entregues à graça do Espírito Santo que nos leva a confessar nossa fidelidade ao mistério da Cruz, crendo e vivendo o amor. Tenhamos ainda diante de nossos olhos o exemplo da Virgem Maria, que é Mãe e Mestra, e com ela aprendamos a nos abandonar nas mãos Daquele que nos escolheu, por isso unidos a ela também nós devemos proclamar ao mundo que “o Poderoso fez em mim maravilhas” (Lc 1, 49).
Gostaria de concluir recordando que estamos percorrendo um caminho sinodal na Igreja e este caminho tem sido feito com a assistência do Espírito Santo, por isso, deixemos ressoar em nossos ouvidos as palavras do Papa Francisco proferidas no dia da vida consagrada: “A missão de cada um se enriquece com os carismas de seus institutos e sociedades, com os carismas de seus fundadores e fundadoras. Na sua maravilhosa variedade, eles são todos dados para a edificação da Igreja e para a sua missão”.
Que Deus derrame graças e bênçãos sobre todos, concedendo-lhes sempre e cada vez mais vocações!
Em Jesus, o Bom Pastor.
Dom Fernando Barbosa dos Santos, CM
Bispo Referencial para a Comissão Regional para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada