A jornalista Vera Ferraz, paroquiana de Casa Forte, faz parte da equipe editorial voluntária do jornal Folha Forte, que atualiza as notícias da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus para os movimentos, grupos pastorais e fiéis da região. O Folha Forte existe há quase três décadas – uma proeza que merece o reconhecimento da Arquidiocese – e, há algum tempo, está sendo editado em formato eletrônico, acompanhando a tecnologia e suprimindo o papel em respeito à Casa Comum.
Com a nomeação de dom Limacêdo para a Diocese de Afogados da Ingazeira, Vera foi ao gabinete do bispo, na Cúria Metropolitana, em Recife, e extraiu dele o sentimento e os planos para a nova missão.
Acompanhe, abaixo, a matéria do Folha Forte.
Dom Limacêdo com o pé na estrada
A nomeação chegou meses antes do esperado. “Sabia que minha hora chegaria. Tinha conhecimento das consultas e dioceses especuladas, só não imaginei que a mudança seria para já. Pensei que ela viria dentro de quatro, cinco meses”. Essa declaração do bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Limacêdo Antonio da Silva, 63 anos, tem um pouco de espanto e muito de obediência e tranquilidade. Na AOR, desde abril de 2018, ele abraçará, a partir de 2 de dezembro próximo, a Diocese de Afogados da Ingazeira, no sertão do Pajeú. Ele substituirá dom Egídio Bisol, que renunciou ao cargo após completar 75 anos de idade.
Com a consciência do dever cumprido, o dia a dia de dom Limacêdo mudou desde a manhã do dia 25 de outubro passado, quando o papa Francisco o nomeou bispo de Afogados da Ingazeira. O quinto na história dessa diocese, que conta com 24 paróquias, 42 padres e 16 seminaristas. Até a chegada do dia da viagem, marcado para a véspera da data da posse, em 2/12/2023, ele passa boa parte do tempo dele às voltas com arrumação da bagagem, solenidades de despedida, entrevistas a órgãos de imprensa e calibragem no conhecimento do ambiente que vai pastorear. “Sempre pedi para ficar no Regional e é isso que está acontecendo. Vou continuar minha missão em outro espaço, com outras perspectivas, antenado com as questões do lugar e perto do povo como quer o nosso Papa”.
Dom Limacêdo, que faz parte da Comissão Sociotransformadora da CNBB, revela ainda que sentirá saudades do Recife. “Estou honestamente feliz. Saio levando no coração boas lembranças daqui, tanto dos momentos de alegria, quanto os de dificuldades”. Chegado a gestos humanistas, ele classificou como muito boa a experiência que vivenciou em 2019, quando assumiu a administração da Paróquia de Casa Forte ao lado do padre Fábio Paz. “Voltei a me sentir mais padre, confessando e escutando as pessoas. Acompanhei, junto ao vigário, Os Samaritanos em ronda noturna. Encontrei aí cristãos trabalhados na fé, partilhando poder. Leigos cheios de maturidade”, concluiu dom Limacêdo, não sem antes elevar às mãos para o céu e dizer rindo: “Oh povo bom!”
Vera Ferraz