No próximo dia 12 de dezembro, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson, recebe lideranças cristãs e não cristãs, às 15 horas, em seu gabinete na Cúria Metropolitana (Palácio dos Manguinhos). O encontro, promovido pela Comissão Arquidiocesana de Pastoral (CAP) para o Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso, espera reunir representantes da Igreja Católica, Aliança de Batistas do Brasil, Igreja Anglicana, Igreja Ortodoxa, Igreja Luterana, comunidade judaica, comunidade espírita, comunidade islâmica, religiões de matriz africana, Budismo, Fé Bahai e Hare Krishna.
A Igreja Católica considera ecumenismo sua relação com as religiões cristãs, e diálogo inter-religioso, sua relação com as religiões não cristãs. Para o padre Fábio Potiguar Santos, que é presidente da Comissão Arquidiocesana, é importante que o católico compreenda e sinta que ecumenismo e diálogo inter-religioso não é sincretismo, não é mistura de religiões, “mas uma prática de relações respeitosas e fraternas que podem – e devem – construir um mundo melhor”.
O encontro tem o objetivo, portanto, de estreitar os laços de fraternidade entre os participantes. Será oportunidade para o arcebispo apresentar aos líderes religiosos a nova exortação apostólica ‘Laudate Deum’, do Papa Francisco, que convida a todas as religiões à promoção da ecologia integral. Diante da crise climática, será discutida a contribuição conjunta das religiões para a promoção da justiça social no âmbito do território da Arquidiocese.
A disponibilidade de dom Paulo Jackson corrobora para a continuação do compromisso da Arquidiocese em dialogar. Dom Fernando Saburido, seu antecessor, também realizou, em novembro de 2020, um encontro parecido, entregando às lideranças cristãs e não cristãs a exortação ‘Fratelli Tutti’, na qual o Papa dedicou um capítulo inteiro fazendo apelo às religiões para estarem a serviço da fraternidade no mundo.
No momento em que o mundo apresenta expressões de intolerância, discórdia e discursos de ódio, o ecumenismo e o diálogo inter-religioso são sinal de que cada um, na sua crença, pode se valer de valores espirituais e éticos na promoção de um mundo pacífico e fraterno, que promova a justiça social e o cuidado com a casa comum. “Não é aceitável que religiões promovam guerras”, comentou o padre Fábio Potiguar. “Temos uma matriz mística e ética como base comum a todas religiões. A matriz de base mística – espiritual – é que somos crentes. A matriz ética é que temos princípios e valores em comum, como o amor, a fraternidade, a justiça e a paz, por exemplo. Juntos, podemos dar testemunho de que é possível dialogar. Eu não vou deixar de ser católico porque converso com um judeu ou sou amigo de uma pessoa de matriz africana. Pelo contrário: eu externo a mensagem do Evangelho, de que amor é gratuidade”, concluiu o padre.
Pascom AOR