Organizadas pela tricentenária Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos do Recife, duas procissões exprimem a mensagem de amor e esperança que reside na fé católica: a Procissão do Encerro e a Procissão dos Passos. A primeira representa o refúgio de Cristo quando ele foi rezar com seus discípulos sabendo da traição de Judas e que seria entregue por ele. A segunda lembra os passos que Jesus deu, desde o flagelo até chegar no calvário, onde foi crucificado.
As procissões, que este ano completaram 370 anos de tradição no Recife, foram realizadas nos dias 14 e 15 de março, com a imagem de Nosso Senhor Jesus Cristo saindo da basílica de Nossa Senhora do Carmo em direção à igreja da Madre de Deus, às 17 horas (dia 14), e retornando à basílica no dia seguinte (15), às 15 horas, sempre acompanhada de centenas de fiéis.
A lavadeira Maria do Bomparto Santos, de 65 anos, não lembra há quantos anos acompanha as procissões e explica por que não deixa de participar. “Eu acho importante andar junto com o povo, rezando, participar da missa, caminhar um pouco lembrando o sofrimento de Jesus pra nos salvar”, comentou Maria. “Dá vontade de socorrer Jesus, mas o sofrimento dele foi plano de Deus”, disse a lavadeira, com lágrimas nos olhos.
A tradição teve início no século XVII, como pagamento de uma promessa pela expulsão dos holandeses de Pernambuco. Desde então, marca o período da Quaresma como apelo à conversão, pelo exemplo de amor e total entrega de Jesus na cruz.
Pascom AOR