Pelos corredores do Seminário de Olinda, respira-se história. Móveis, objetos, documentos. O prédio foi cenário para a criação da bandeira de Pernambuco, pelo padre João Ribeiro em 1817, na Revolução Pernambucana. Na última sexta-feira (21 de fevereiro), na capela que faz parte do prédio localizado no lugar mais alto da cidade, uma missa marcou os 225 anos de fundação do Seminário Nossa Senhora da Graça, responsável pela formação do clero da antiga Diocese de Olinda que hoje é a Arquidiocese de Olinda e Recife.

A missa presidida pelo arcebispo reuniu inúmeros padres que foram alunos nesta casa e, claro, seminaristas. Mais de 60. Para vinte e um desses jovens, a festa jubilar teve um significado além: a graça de dar mais um passo rumo ao sacerdócio, recebendo o ministério do Acolitato. O seminarista Rondinelli recebeu, além do Acolitato, o ministério do Leitorado. Familiares e amigos vibraram com a conquista dos jovens, que estão nos anos finais da formação para ordenação presbiteral, uma caminhada de quase dez anos de estudos.

“A celebração na capela tem duas grandes alegrias: a primeira é celebrar 225 anos desta casa de formação; e a segunda, dar mais um passo importante rumo ao sacerdócio, junto a outros 20 irmãos”, comentou o seminarista Joab França, que recebeu o ministério do Acolitato. “O sentimento é de muita gratidão, alegria e de louvor ao Deus que nos chama, nos envia e nos capacita para o serviço à Igreja e aos irmãos”, afirmou.

A recepção dos ministérios de leitor e acólito marca a caminhada vocacional destes jovens e representa a maturidade de fé exigida aos que se aproximam das ordens sagradas. Por isso, a formação no Seminário de Olinda é sempre um assunto que demanda especial atenção de dom Paulo. Conhecido como Casa de Heróis, o seminário procura formar sacerdotes para a cruz, heróis pela cruz de Cristo.

Nas palavras do arcebispo, o Seminário de Olinda é uma casa de esperança. Surgiu como instituição no ano de 1800, fundada por dom Azeredo Coutinho, mas que ainda antes disso foi escola jesuíta. “Esse espaço foi e é sempre espaço de formação de gente, e esse dado antropológico é fundamental: formar pessoas humanas, pessoas com fé, que são servidoras; formar presbíteros que seguem Jesus Cristo e querem viver a radicalidade do Evangelho. E nesta perspectiva que o Papa nos aponta no documento final do Sínodo, discípulos que são sinodais missionários ao mesmo tempo”, disse dom Paulo Jackson. E exortou: “Que daqui surjam muitos padres, verdadeiramente servos de Jesus e servidores do seu povo”. 

Após a missa, houve a inauguração da Galeria dos Reitores e uma exposição de documentos e objetos históricos do Seminário. Um grupo de seminaristas ficou responsável pela animação musical da noite.

Arquitetura, localização, história, missão. Tudo isso faz do Seminário de Olinda um dos locais mais bonitos e importantes da cidade.

Pascom AOR