A Arquidiocese de Olinda e Recife realizou, nesta quarta-feira (5), a abertura da Campanha da Fraternidade na Comunidade Ilha de Deus, no bairro da Imbiribeira. O arcebispo dom Paulo Jackson presidiu a Missa de Cinzas no marco zero da comunidade.
Rio e mangue, local de trabalho de pescadores e marisqueiros, contraste social. Esse foi o cenário para a abertura da Campanha da Fraternidade 2025, nesta quarta-feira (5), na Arquidiocese de Olinda e Recife. A comunidade Ilha de Deus, na Imbiribeira, recebeu os fiéis com alegria e expressões culturais, como o maracatu infantil da Turma do Flau, projeto social desenvolvido em Brasília Teimosa.

Segundo o arcebispo dom Paulo Jackson, a Ilha de Deus foi escolhida para a abertura da CF 2025 pela história de luta e resistência das lideranças locais, que fizeram valer seus direitos junto aos poderes públicos, conseguindo transformações importantes no lugar. “Mas, sobretudo, porque deste lugar nós contemplamos a cidade e percebemos as grandes disparidades, as grandes desigualdades sociais na nossa querida Recife. Percebemos também o que fazemos com os rios, como os rios estão sujos e poluídos. E ao mesmo tempo percebemos a força do manguezal. Os mangues são uma força grandiosa de regeneração da natureza, conseguem produzir ar e vida”, afirmou dom Paulo. “Nós então aqui viemos para juntar pessoas que acreditam no poder da Páscoa, no poder da ressurreição, no poder da conversão pessoal, no poder da conversão comunitária e da conversão ecológica. Queremos refletir tanto sobre o pecado pessoal, que destrói a vida do ser humano, a sua vida em família, seu ambiente de trabalho, mas também sobre o grande pecado social e ecológico que destrói a convivência humana no planeta”, acrescentou o arcebispo, lembrando que as crises climáticas são causadas, em grande parte, pela intervenção equivocada do ser humano no ambiente.

A abertura da CF 2025 contou com a participação da comunidade, o envolvimento do clero e o compromisso das lideranças. Muita gente estava na missa presidida pelo arcebispo, dom Paulo Jackson. A seu lado, os bispos auxiliares dom Josivaldo Bezerra e dom Nereudo Freire. Na homilia, o chamado da Quaresma: oração, jejum e caridade – caridade como atitude para promoção social, como os trabalhos realizados na Ilha de Deus, que já foi área de palafitas.
Coordenador Arquidiocesano de Pastoral, o padre Charles Araújo explicou que a esmola é a expressão da caridade, atitude tão valorizada no Evangelho. “No evangelho desta quarta-feira, Jesus nos motiva à esmola, à oração e ao jejum. E não é por acaso que ele inicia essa motivação com a esmola: é para que, cada vez mais, nós percebamos que nesse processo quaresmal de conversão, nós precisamos olhar para nossos irmãos, para aqueles que estão ao nosso redor, e também para a criação. E assim, buscarmos, com esses caminhos que o Senhor nos motiva, realizar a sua vontade em nossas vidas, para nossa transformação pessoal”, disse padre Charles.

Na missa do início da Quaresma, todos receberam as cinzas que lembram origem e finitude do homem e a necessidade da conversão. Parte dos fiéis participaram da missa em cadeiras dispostas sob os toldos montados no lugar; outra parte acomodou-se nas arquibancadas do Marco Zero da Ilha. Dentre as autoridades presentes estavam a governadora Raquel Lyra e sua vice Priscila Krause, o prefeito João Campos e seu vice Victor Marques, e os deputados federais Pedro Campos e Tábata Amaral. Também a vereadora Cida Pedrosa estava presente e foi chamada por dom Paulo Jackson até o altar para falar sobre a Lei 19.314/24, proposta pela vereadora, que coloca o lançamento da Campanha da Fraternidade entre as datas importantes do Calendário Oficial de Eventos do Município do Recife. “A lei foi sancionada pelo prefeito João Campos em 2024 e ressalta o compromisso do município com os valores de fraternidade, justiça e amor ao próximo”, disse a vereadora, “e me alegro em dizer que tema e lema da Campanha da Fraternidade serão discutidos nas salas de aula das escolas municipais durante todo o ano”.
Na missa, houve a posse do padre Fábio Potiguar como novo secretário executivo da Cáritas Arquidiocesana. A instituição é braço forte nas ações sociais e emergenciais da região metropolitana, além de promover projetos nas dimensões de assistência a refugiados, criança e adolescente, agricultura familiar, trabalhos sociais urbanos na periferia e na parte rural da Arquidiocese.
Pascom AOR
























