Santo Antônio é celebrado no dia 13 de junho. Para além das festas com música, dança e comida típica, o franciscano é celebrado com missa, apresentado como santo exemplo de cristão. Nasceu em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto do ano de 1195. Foi padre Agostiniano e tornou-se frei Franciscano, com o dom da oratória e verdadeiro amor aos pobres. Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231, com apenas 36 anos, já com fama de santidade. Sua canonização foi realizada pelo Papa Gregório IX, na catedral de Espoleto, em 30 de maio de 1232 (onze meses após sua morte), sendo o processo mais rápido da história da Igreja.
A festa de Santo Antônio, em Pernambuco, tem a participação de muitos fiéis. O santo é padroeiro do estado e de mais de dez cidades pernambucanas – incluindo a capital Recife, dividindo o título com Nossa Senhora do Carmo. É padroeiro também da Arquidiocese de Olinda e Recife.
No convento de Santo Antônio, localizado no bairro de Santo Antônio, no Recife, a igreja do século XVIII recebeu fiéis durante todo o dia. Dom Paulo Jackson presidiu a missa das 16 horas, que deveria ter sido campal, mas que foi transferida para dentro da igreja do convento por conta da chuva. A missa foi concelebrada pelo Provincial da Província Franciscana Santo Antônio do Nordeste, frei Rogério Lopes; pelo guardião do convento, frei Edilson Santos; e pelo cura da catedral metropolitana, padre Lenildo Santana.
Dom Paulo Jackson explica que, quando os portugueses chegaram ao Brasil, no século XVI, já trouxeram a devoção a Santo Antônio de Lisboa. “É um homem que doou a vida à santa Palavra de Deus, à missão, a uma piedade profunda, uma devoção imensa para com Jesus Cristo, sobretudo ao Jesus que se revela nos pequeninos. Amante dos pobres, cuida dos pobres do seu convento, daí vem a tradição do Pão de Santo Antônio. É um homem muito marcado pelo franciscanismo, com um amor enorme pela natureza, e marcado pela missionariedade, tanto que ele evangeliza todo o norte da Itália e o sul da França. Foi professor de teologia e, sobretudo, era um grande pregador: escreveu inúmeros sermões, repletos de beleza teológica e espiritual”, disse o arcebispo. “Santo Antônio tem muito a nos ensinar, porque ele faz uma síntese bonita entre Santo Agostinho, já que ele começa como cônego regular de Santo Agostinho, e o franciscanismo, já que depois ele se torna frade franciscano. Acho que é uma bela síntese entre Francisco de Assis e Agostinho”, concluiu.
No altar lateral do convento, está a imagem original do século XVII, que ia à frente das tropas locais na luta contra os invasores holandeses. Sob a imagem histórica, especialmente para o dia da festa, foi disposta uma relíquia de 1° grau, um fragmento ósseo.
O tradicional pão de Santo Antônio não poderia faltar neste dia. Muito procurado, o alimento é abençoado e distribuído entre os fiéis que, conhecendo a bondade do santo e sua dedicação aos pobres, guardam-no na lata de farinha, para que não falte o pão de cada dia na casa. “É uma tradição, um costume passado de pai para filho, que mostra a confiança do povo no glorioso Santo Antônio”, explicou o frei Victor Batista.
Os frades do Convento presentearam dom Paulo Jackson com uma imagem do padroeiro, para marcar a primeira festa dele como arcebispo de Olinda e Recife. A vereadora Cida Pedrosa, que participou da missa, anunciou que a Câmara Municipal do Recife aprovou a festa de Santo Antônio como patrimônio cultural imaterial do Recife. A lei será sancionada ainda neste mês de junho.
O Provincial franciscano, frei Rogério, estava feliz com a resposta do povo à missa, com a participação do povo na festa. “Para nós, franciscanos, que trazemos também essa marca, essa devoção antoniana, a festa é um tempo de alegria e esperança. Santo Antônio nos ajuda, acima de tudo, a estarmos em comunhão plena com o senhor”, disse. “Ele é aquele que nos ensina a partilhar o pão com todos que necessitam, como nos recomenda Jesus no Evangelho”, comentou o frade.
À noite, a chuva deu uma trégua e dom Paulo Jackson participou, ao lado de muitos fiéis, da procissão com a imagem de Santo Antônio, que percorreu as ruas do centro do Recife.
Pascom AOR