Todos os anos, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, recebe os padres que ele ordenou para um momento especial: uma missa em ação de graças pelo ministério presbiteral dele e de cada um. A missa é celebrada sempre em dezembro, quando a maioria faz aniversário de ordenação – inclusive o arcebispo. Este ano, os padres se encontraram na última sexta-feira, dia 9 de dezembro, na igreja de São José dos Manguinhos, no bairro das Graças, ao lado do prédio da Cúria Metropolitana. Na igreja, nenhum leigo: apenas os padres e o arcebispo, experimentando a cumplicidade amorosa de pai e filhos, de missionários irmãos, de colegas no ministério.

Dom Fernando foi ordenado sacerdote em 17 de dezembro de 1983. Durante seu tempo como arcebispo de Olinda e Recife, ordenou 61 padres para a Arquidiocese, escolhendo, na maioria das vezes, o dia do aniversário de sua própria ordenação (17 de dezembro) para ministrar o Sacramento. Houve exceções, como neste ano de 2022, quando ele ordenou dez padres em 25 de outubro.

O momento de estar entre os que tornou padres, por imposição de suas mãos, reunindo os seus, revela o cuidado e o carinho por todos eles. Este sentimento está no depoimento de alguns padres que participaram da celebração nesta sexta-feira:

“Depois de ordenados padres, nós temos alguns momentos em comum e um dos mais esperados, sem sombra de dúvidas, é a missa que dom Fernando preside com os padres que foram ordenados por ele. A expectativa dos padres novos e dos que já têm algum tempo de caminhada se realiza novamente, de estar com alegria celebrando juntos o ministério da Eucaristia, que é um ministério de amor. Dom Fernando nos acolhe como seus verdadeiros filhos. Uma expressão que me tocou muito na celebração desta semana foi ele lembrar o modo carinhoso como o seu pai chamava os filhos: “Vocês são o meu roçado”. E dom Fernando disse na missa que nós éramos seu roçado! Usando essa expressão carinhosa e familiar, ele nos mostra como somos amados. É muito bom participar de um presbitério onde há, verdadeiramente, essa relação de pai e filho. Eu sou um padre relativamente jovem, mas independentemente da idade, eu vou sempre me achar um padre jovem, novo, perto desse pai – assim como um pai acha que seus filhos nunca crescem, acredito que dom Fernando tenha esse sentimento de ver sempre esses filhos do presbitério, seu roçado, dando frutos em meio ao povo de Deus”. – Padre João Batista, pároco de Santa Luzia em Cruz de Rebouças

“Foi muito especial perceber o quanto o arcebispo estava emocionado, talvez por enxergar, a sua frente, os frutos mais concretos de seu pastoreio, de seu ministério episcopal na Arquidiocese. No meu coração, eu agradeci a Deus por tamanha dádiva, por ter me concedido a graça de ter recebido das mãos de dom Fernando o Sacramento da Ordem. Eu o admiro demais! É uma pessoa muito importante no meu discernimento vocacional, na minha vocação presbiteral e sou muito grato a Deus porque dom Fernando soube captar na minha vida os desígnios de Deus, de minha vocação. Foi aquele pastor que me ouviu, me aconselhou, que foi paciente e me acolheu na Arquidiocese de Olinda e Recife como um filho seu”. – Padre Edson André, vigário paroquial de Nossa Senhora do Rosário em Jaboatão dos Guararapes

“Dom Fernando é mais que um arcebispo – é um pai, um amigo. Eu sinto como alguém que quer o meu bem. Não simplesmente me ordenou e deixou solto, abandonado, mas ordenou e acompanha. Eu me sinto alcançado pelo ‘sim’ que ele deu a Deus no dia em que ele saiu de casa pra entrar no seminário. O ‘sim’ dele me alcançou: eu sou fruto do sacerdócio dele, do ministério dele. É um pai que incentiva, que corrige. Para mim, como padre, isso é muito animador. Eu me sinto animado a procurar a perfeição, a ser mais santo, a me doar mais, a amar mais o meu povo, porque eu me sinto também cuidado pelo meu bispo. A proximidade com o bispo é muito importante. É uma das três proximidades que o Papa Francisco insiste para a vida dos sacerdotes (com o bispo, com o povo de Deus e com Nosso Senhor). Dom Fernando manifesta pra nós essa proximidade de Deus, essa abertura de coração, a liberdade que a gente tem de procurá-lo nos momentos de necessidade. Eu, particularmente, nunca fui a dom Fernando sem ser reconfortado por sua palavra, por seu cuidado. Ainda que seja algo doloroso para corrigir, ele o faz com ternura, transmitindo aquilo que o Senhor pede no seu Evangelho”. – Padre Murilo Bentinho, pároco de São Sebastião no Cordeiro, Recife

“Para nós, que fomos ordenados por dom Fernando, é um momento importante de fortalecimento, de unidade e fidelidade. Temos algumas oportunidades, ao longo do ano, de estarmos reunidos em torno de nosso pastor, como no retiro anual do clero ou na missa dos Santos Óleos na Quinta-feira Santa. Esta missa, no entanto, é singular, porque não bastasse estarmos em torno do nosso arcebispo, ele é o arcebispo que por imposição das mãos nos fez padres. Então é uma oportunidade de confraternizar e render graças a Deus por nosso chamado e pelo chamado de dom Fernando a esse ministério que abraçamos com tanto carinho e generosidade”. – Padre Paulo Dutra, pároco de São Sebastião no Vasco da Gama, Recife

Pascom AOR