A Igreja das Fronteiras, no bairro da Boa Vista, no Recife, é a cara de Dom Hélder. Ali ele foi morar, no espaço anexo à sacristia. Após sua morte, no local foi instalado o Instituto Dom Helder Câmara (IDHeC), que traz em seu acervo, além dos escritos, um grande número de objetos pessoais, vestimentas litúrgicas, diplomas, certificados e títulos do bispo. O Instituto zela também pela antiga residência de Dom Helder, mantendo as acomodações como ele deixou: a cama, a escrivaninha, a saleta onde recebia tanto as autoridades como o povo que o procurava.

Neste domingo, 9 de fevereiro, amigos e admiradores de Dom Helder reuniram-se na Igreja das Fronteiras para celebrar a renovação de um termo de cooperação técnica entre o IDHeC e a Prefeitura do Recife que garante, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, o repasse de 300 mil reais para manutenção do espaço dedicado a conservar a memória do bispo. Um domingo que lembrou também os 116 anos de nascimento do Dom da Paz, em missa presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese, dom Josivaldo Bezerra.

Foi a primeira vez que dom Josivaldo Bezerra celebrou missa na Igreja das Fronteiras, que é dedicada a Nossa Senhora da Assunção. O bispo aproveitou a oportunidade para visitar a antiga residência de Dom Helder e constatou que “ele vivia o que pregava”, referindo-se à simplicidade das acomodações e ao fato de receber, neste lugar, tanto autoridades quanto pobres sem teto. “Dom Helder nos mostra que a santidade está nos pequenos gestos que confirmam o Evangelho”, afirmou. “Com seu jeito humilde e absoluta dedicação aos pobres, esse pequeno homem encheu-se de Deus por meio da oração e da Eucaristia simplesmente para servir; ele é exemplo de serviço incansável à Igreja”.

A igreja das Fronteiras ficou pequena pra tanta gente. O prefeito João Campos estava com sua mãe, Renata, e seu vice, Victor Marques. Secretários municipais, deputados, vereadores e a senadora Tereza Leitão também estavam presentes. No presbitério, ao lado do bispo, estava o grande amigo e secretário de Dom Helder, o padre José Augusto Esteves. A participação do povo de Deus, em sua diversidade, denotava o acolhimento ao próximo sem distinção, marca de Dom Hélder.

O frevo tomou conta do pátio em frente à Igreja das Fronteiras para encerrar as comemorações pelos 116 anos de nascimento de Dom Helder em consonância com sua célebre frase: “O Carnaval é a alegria popular. Direi mesmo, uma das raras alegrias que ainda sobram para a minha gente querida”.

Pascom AOR