O tríduo pascal tem início na Quinta-feira Santa à tarde e termina no Sábado Santo à noite, como uma única celebração – por isso a bênção final é dada apenas no sábado. O arcebispo de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson, presidiu a Missa da Ceia do Senhor, no dia 28, às 17 horas, na pequena capela de Nossa Senhora do Pilar, que é atendida pelas pastorais sociais da Igreja da Madre de Deus. Antes do início da missa, dom Paulo conheceu a comunidade, conversou com os moradores, viu de perto a situação precária da distribuição de água e das moradias. O povo do lugar está cadastrado e tem esperança de receber apartamentos que estão sendo construídos ao lado da capela.
Concelebrada pelo pároco, padre Damião Silva, a missa da Quinta-feira Santa lembrou a instituição da Eucaristia, quando Jesus consagrou, pela primeira vez, o pão e o vinho como seu corpo e sangue, dando a seus discípulos na Última Ceia e dizendo “Fazei isto em memória de mim”. Na capela de Nossa Senhora do Pilar, o bispo fez uma homilia breve, catequética, e lavou os pés de 12 moradores da comunidade, a maioria, desempregada. A maioria, de desempregados, todos assistidos pelas pastorais sociais da paróquia. O Cristo entre os seus, humilde e servidor.
Na sexta-feira, silêncio na adoração à Santa Cruz, que se revelou aos poucos na catedral, em Olinda. Dom Paulo conduziu as orações que aproximaram o povo de Jesus, filho de Deus imolado para a salvação do mundo. Disse que, “quando a Igreja celebra a morte redentora de Jesus, ela é solidária a todos os que padecem as injustiças sociais no mundo inteiro”. E que a morte de Jesus deve ser compreendida como plena confiança de Jesus ao Reino e ao Pai. Sem a bênção final, os fiéis percorreram as ruas do sítio histórico de Olinda, acompanhando a procissão organizada pela Ordem Terceira de São Francisco. As imagens do Senhor Morto, de sua Mãe Dolorosa, do apóstolo João e de Maria Madalena saíram da igreja catedral e retornaram para a igreja do Convento de São Francisco.
Por fim, no sábado da Vigília Pascal, uma fogueira foi feita no pátio externo da catedral. O arcebispo segura o Círio e finca nele os cravos. O Círio é aceso pelo fogo santo e adentra a catedral, que se ilumina aos poucos. Muitos fiéis participaram, com suas velas, acompanhando as várias leituras e salmos. Renovaram as promessas do batismo e acompanharam a bênção da água. O Aleluia é cantado após os quarenta dias do Tempo da Quaresma, em sinal de alegria pela ressurreição de Jesus.
Após a bênção final, o arcebispo concluiu o tríduo e foi até a frente da catedral, cumprimentar os fiéis – grande parte da Comunidade Shalom, que participa todos os anos da Vigília na Sé.
Pascom AOR