da redação
1- Nesta época do ano, segundo os especialistas na área da saúde mental, existe a “síndrome do fim de ano”, quando as pessoas se sentem mais deprimidas por inúmeros motivos. Monsenhor Luciano Brito, como as pessoas podem não perder as esperanças em meio a tantas tribulações?
Monsenhor Luciano Brito – “ Graças a Deus, nós cristãos vivemos a nossa fé à luz do Evangelho. O Evangelho é uma fonte de fé , de esperança e de amor. Então, nesta perspectiva de viver à luz do Evangelho, nós podemos sempre buscar na fé toda esperança, para que esta síndrome tão presente nas pessoas nesta época do ano seja algo passageiro, aniquilado, pela esperança que a Palavra de Deus suscita em todos nós. Busquemos a Jesus Cristo, Ele é a única e verdadeira fonte onde nossos corações se ascendem para a fé, onde a esperança vai estar sempre crescente e o amor torna-se absoluto para testemunhar cada vez mais a graça de caminhar com Ele. Diga não a esta síndrome vivendo a experiência de Jesus Cristo na sua vida.”
2- O senhor acredita que este tempo é propício para reconciliações nas famílias?
Monsenhor Luciano Brito – As famílias estão sempre necessitadas de encontro,nós todos também. Papa Francisco falou há dois anos atrás para nós da comunicação, da necessidade do encontro, não um encontro apenas frio de uma rede social, mas aquele encontro em que você olha no olho do outro, onde você pode abraçar, e graças a Deus nós estamos podendo abraçar, depois de quase três anos de pandemia. Então, aproveite este momento para estar com sua família, para estar com seus amigos e para conversar. E, neste diálogo crescente de paz, cada um faz a experiência do encontro verdadeiro com o outro. Encontro que nos leva ao perdão, que nos leva sempre a um diálogo mais crescente, mais forte, e acima de tudo o exercício de olhar para todos e dizer: “ são meus irmãos, são minhas irmãs.”
3- O Papa Francisco, em sua mensagem para o dia mundial da paz, diz que ninguém pode salvar-se sozinho, a fraternidade é o convite para um 2023 melhor?
Monsenhor Luciano Brito – Eu gosto muito dessas colocações diretas do Papa Francisco, ele faz como uma “sacudida” em nossas consciências. E claro, nós precisamos sempre deixar o “eu”, o individualismo, para viver o “nós”, dar testemunho de que somos irmãos. A Encíclica Fratelli Tutti, tão querida a nós cristãos, abre essa perspectiva e favorece sempre essa teologia do estar juntos, essa cultura de favorecer sempre a todos.
4- Em sua mensagem de Natal, o Arcebispo Dom Fernando Saburido, pede que deixemos de lado nossas posições inflexíveis e construamos pontes. O diálogo é o caminho para um ano novo mais cheio de paz?
Monsenhor Luciano Brito – A mensagem de Dom Fernando é muito profética no sentido de trazer esses temas que foram vivenciados nos últimos anos com tanta aspereza, nós precisamos fazer a experiência do menino Jesus em nosso meio, na sua simplicidade, na sua fragilidade, acolhê-Lo, sempre no outro. Vamos construir pontes, vamos construir diálogos, saber que o outro também tem voz para falar , tem opinião sobre determinado assunto. Claro, isso quando dialogado à luz do Evangelho, se torna mais prazeroso, mais límpido , mais repleto de paz.