Na Arquidiocese de Olinda e Recife, há uma igreja-santuário e mais seis paróquias dedicadas a Nossa Senhora sob o título de Aparecida ou Conceição Aparecida. O arcebispo de Olinda e Recife, dom Paulo Jackson, participou, nesta quinta-feira (12), de duas celebrações: pela manhã, foi até a matriz de Nossa Senhora Aparecida, em Vitória de Santo Antão; e à tarde encerrou a festa da paróquia do Ipsep, no Recife.
Em Vitória, presidiu a missa e, no final, convidou as crianças a se aproximarem. Depois de uma homilia que reverenciava a presença e a importância de Maria no plano salvífico de Deus, o bispo lembrou o Dia das Crianças e cantou com elas, num momento de muito carinho e acolhida aos pequeninos, que foi amplamente divulgado e curtido nas redes sociais.
Já no bairro do Ipsep, zona sul da capital pernambucana, o arcebispo chegou cedo para participar da procissão, antes da missa. A procissão reuniu pastor e rebanho numa caminhada fervorosa. O amor a Nossa Senhora Aparecida é tradição no bairro, com famílias que educam seus filhos na fé. O pároco, padre José Amaro Neto, é fruto dessa tradição: morou no Ipsep quando criança, frequentava a igreja matriz, foi coroinha, fez catequese e foi levado pelo pároco da época, padre Paulo Sales, ao Seminário. Em 2017, foi ordenado sacerdote, pela imposição de mãos e oração consecratória de dom Fernando Saburido.
Todos os anos, a chegada da procissão e a entrada do andor na igreja emocionam. Com devoção filial, o povo participou da celebração eucarística que reuniu, no presbitério, além do arcebispo e do pároco, os padres Damião Silva (Igreja da Madre de Deus), Davi Melo (Igreja de São José, do Recife) e José Antônio (vindo de São Paulo).
O arcebispo começou a homilia dizendo que iria “contar um segredo” e partilhou com a assembleia o que ele considera uma grande graça de Deus recebida pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida: em 1998, quando estudava no Colégio Pio Brasileiro, em Roma, escorregou de uma escadaria e bateu a cabeça num muro – o muro da capela interna de Nossa Senhora Aparecida. A pancada causou traumatismo craniano com hematoma epidural e ele precisou ser submetido a uma cirurgia de emergência, da qual saiu sem sequelas. “Para mim, foi uma experiência grandiosa do amor generoso de Deus, expresso na maternidade de Maria Santíssima”, disse o arcebispo. E passou, na homilia, a refletir sobre algumas passagens da Bíblia e o papel de Maria na história da Salvação, coligando com a festa de Nossa Aparecida.
“Eu não sou matemático, mas a probabilidade de alguém jogar a tarrafa num rio de água barrenta, achar o corpo de uma imagem com menos de 30 centímetros, e jogar a tarrafa novamente, achando a cabeça minúscula que estava faltando, deve ser mínima: a cabeça poderia estar a 15 quilômetros rio abaixo! Deus, na sua docilidade infinita, quis que aqueles três pescadores unissem cabeça e corpo, pois Cristo é a cabeça e a Igreja é o corpo, para dizer a esse povo brasileiro que Nossa Senhora cobre seus filhos com seu manto, com todo carinho, e vai refazer aquilo que está ferido, fragmentado, quebrado”.
O bispo lembrou ainda o episódio de 1978, na antiga basílica de Nossa Senhora Aparecida, quando um jovem desequilibrado psicologicamente, movido pela intolerância religiosa, quebrou em mais de 200 pedaços a imagem original achada pelos pescadores em 1717. A imagem foi restaurada, refeita em sua unidade e beleza, e hoje é símbolo dos devotos. “Queremos, nesta festa, pedir a Nossa Senhora: vem em socorro de nossa fraqueza e reconstrói a nossa unidade”, concluiu dom Paulo.
Após a missa, o povo prestigiou o show do padre Damião Silva num grande palco montado ao lado da igreja.
Pascom AOR