Fiéis católicos participaram, nesta sexta-feira, 14/04, da Liturgia da Paixão do Senhor na Catedral Metropolitana, em Olinda, que foi presidida às 15h pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, com assistência do vigário episcopal de Olinda, monsenhor José Albérico Bezerra de Almeida e dos diáconos Sílvio Mário Pereira e Sérgio Vasconcelos. Vestidos de vermelho, a cor dos mártires, arcebispo e diáconos se prostraram no chão diante do altar desnudo, silenciosamente, durante alguns minutos, simbolizando a humanidade rebaixada, oprimida e penitente.

O realismo da profecia de Isaías, feita 800 anos antes de Cristo, iniciou a Liturgia da Palavra fazendo memória de um redentor maltratado, desfigurado e morto como malfeitor, mas que resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos pecadores. O Evangelho, cantado pelo Ministério de Música, levou os fiéis a acompanharem os passos vividos por Jesus desde a condenação até a morte na cruz.

Em sua homilia, dom Fernando lembrou que “Jesus continua na cruz em cada irmão que sofre violência, que passa fome, maus tratos, humilhações e situações de indignidade”. Citou a corrupção, as políticas desfavoráveis ao pequeno trabalhador e a falta de assistência aos pobres como verdadeiro calvário de nossa época.

A oração universal rezada pelo arcebispo após a homilia trouxe como intenções a santa Igreja, o papa, os fiéis, os catecúmenos, a unidade dos cristãos, os judeus, os que não creem em Cristo, os que não creem em Deus, os poderes públicos e os que sofrem provações.

 

Descalço, dom Fernando iniciou a segunda parte da Liturgia, chamada de Exaltação da Santa Cruz, carregando “o lenho do qual pendeu a salvação do mundo” coberto por um véu vermelho, descobrindo-o e beijando o Cristo. O povo fez fila para, como o arcebispo, beijar o Cristo na cruz. Foram 20 minutos de fila, da qual participaram centenas de pessoas de todas as idades, algumas cegas, doentes e com dificuldade de locomoção, todas movidas pela fé no Salvador.

O rito da Comunhão encerrou a Liturgia da Paixão do Senhor. Jesus vivo foi oferecido aos fiéis nas hóstias que foram consagradas nas celebrações eucarísticas do dia anterior (quinta-feira santa). Após a comunhão, a assembleia se retirou silenciosamente da catedral, para aguardar o início da tradicional procissão da sexta-feira santa, conduzida pelas irmandades de Olinda.

Para a religiosa da congregação Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, irmã Luciana Freitas, participar da Liturgia da Paixão é uma oportunidade de contemplar o amor de Jesus, que suportou calado sofrimentos terríveis. “Vivenciar o tríduo pascal representa um forte apelo para nós, religiosos, continuarmos a missão de Cristo, especialmente cuidando dos mais pobres e sofridos”, comentou irmã Luciana.

Procissão – A saída da Procissão do Senhor Morto aconteceu às 17h, da Sé de Olinda, tendo a cruz alçada de madeira à frente. Em seguida, o andor com o esquife do Senhor Morto, coberto por um pálio roxo. Depois, andores com as imagens dos que estiveram ao lado de Jesus até a morte na cruz: a convertida santa Maria Madalena, o apóstolo querido João Evangelista e sua mãe Maria (Nossa Senhora da Soledade). A procissão seguiu pelo sítio histórico de Olinda, passando pela rua do Amparo, rua Treze de Maio, Prefeitura de Olinda e Convento de São Francisco.

(Pascom AOR)