A Arquidiocese de Olinda e Recife celebrou, neste Domingo Gaudete (17), a alegria dos 30 anos de ordenação sacerdotal de seu arcebispo, dom Paulo Jackson, e 40 anos de três monges beneditinos, entre eles, o arcebispo emérito dom Fernando Saburido. A basílica abacial do Mosteiro de São Bento, em Olinda, estava cheia de fiéis para a missa em ação de graças. Recepcionados pelo dom abade Luís Pedro Soares, estavam presentes, além dos aniversariantes, o bispo emérito de Caruaru, dom Bernardino Marchió, e o bispo emérito de Palmares, dom Genival Saraiva de França. Padres, religiosos e autoridades civis também participaram da celebração.
Dom Paulo Jackson foi ordenado quando tinha apenas 24 anos, em Patos, na Paraíba, pelo então bispo diocesano dom Gerardo Ponte. As lembranças daquele 17 de dezembro de 1993 estão fresquinhas na memória. Os desafios da época, também. “Em 1993, a nossa diocese de Patos tinha somente 10 sacerdotes. Uma área imensa, desafios pastorais gigantescos. E eu tive a graça de ter dom Gerardo Andrade Ponte, que era bispo de Patos. Foi ele quem me ordenou e nós começamos a batalha: no início eu era pároco de duas, três paróquias. Trabalhava na coordenação pastoral, dava aula do seminário, no colégio, e a gente não parava. Havia muita força, muita energia, muita vitalidade”.
Um sacerdote foi muito importante na vida de dom Paulo Jackson e foi apontado, pelo arcebispo, como exemplo para seu ministério. “Guardo com muito carinho o testemunho de padre Ambrósio, um padre salvatoriano, da minha comunidade de origem, simples, tímido, mas um homem grande de Deus, santo. E esse padre deixou uma marca muito profunda na minha vida. Eu só quero agradecer a Deus por esses 30 anos de sacerdócio, com quedas, infidelidades, fragilidades, mas com muita graça de Deus, muita alegria nesse Domingo Gaudete, é de fato, o momento de dizer ‘Alegrai-vos, alegrai-vos no Senhor’ e eu me alegro nele, agradecendo a Deus pelo dom do sacerdócio”, disse o arcebispo de Olinda e Recife.
A missa foi presidida por dom Paulo Jackson, que cedeu a homilia para dom Fernando. Nas palavras emocionadas, o emérito contou que, em 1983, ele, seu primo dom Marcos Ferreira do Carmo e o amigo dom José Antero foram ordenados sacerdotes por dom Helder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife na época, em missa celebrada no pátio em frente ao Mosteiro. Na verdade, um quarto beneditino – dom Emanuel Bernardo – foi ordenado também neste dia, mas ele já está na Casa do Pai.
O texto de dom Fernando falou sobre a graça de ser escolhido por Deus, do meio do povo, para falar em nome de seu filho Jesus. E trouxe uma pergunta: Mas quem é merecedor de tamanha graça? “Ninguém é merecedor de uma graça tão grande, mas Deus chama os pequenos, mesmo. A gente vai se modelando à vontade de Deus, procurando servir o povo, a exemplo do Bom Pastor. Essa é a missão do padre”, disse o arcebispo emérito. “Estou feliz em celebrar 40 anos como padre, junto com meus irmãos beneditinos e com dom Paulo, que coincidentemente, foi ordenado no dia 17 de dezembro. Que tudo seja bênção pra nós e pra Igreja, contando sempre, naturalmente, com a graça de Deus”, completou.
Os sacerdotes jubilares têm mais tempo de vida ministerial do que como leigos. A perseverança no ministério e os frutos de seu sacerdócio são exemplo para alguns jovens padres presentes à celebração. Dos 68 padres ordenados por dom Fernando, 34 receberam o sacramento da Ordem no dia 17 de dezembro. “É de fato emocionante estar unido aos nossos arcebispos titular e emérito nesta celebração jubilar, renovando nossa vocação e nosso compromisso sacerdotal, em comunhão com o Papa e nossos irmãos sacerdotes”, disse o padre Antônio Diego, pároco de Nossa Senhora do Bom Parto, que foi ordenado em 2014 por dom Fernando. “O exemplo dos bispos nos ajuda na perseverança da vocação, nos motiva a continuar firmes em nossa caminhada”, comentou.
Após a celebração, amigos e familiares dos bispos e sacerdotes jubilares foram convidados para um almoço festivo na quadra do Colégio de São Bento, em Olinda.
Pascom AOR