A capital pernambucana será palco do lançamento do livro “Cartas de Santa Dulce – a face humana em todos nós” (192 páginas), que reúne manuscritos inéditos da primeira santa brasileira. Com texto de contracapa assinado pela atriz Fernanda Montenegro, a obra será lançada em Recife, no dia 25 de julho, às 18h, no Teatro Rio Mar Recife, Piso L4 (Av. República do Líbano, 251 – Pina). O evento, que promete reunir devotos e demais admiradores da trajetória da freira conhecida como a Mãe dos Pobres, contará com a participação da sobrinha de Santa Dulce e superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) – instituição que acolhe hoje mais de 3 milhões de pessoas por ano – Maria Rita Pontes, que irá autografar os exemplares.

O livro reúne 59 correspondências, como o bilhete, escrito por Irmã Dulce em 21 de julho de 1967, que ajudou dois jovens que passavam por dificuldades em Salvador a voltarem para suas casas. “Estes 2 rapazes pedem um transporte grátis até o Rio” – diz a nota manuscrita. Um dos moços, na época com 19 anos, era o escritor Paulo Coelho, que décadas mais tarde se tornaria um benfeitor da instituição social fundada pela primeira santa do Brasil.

Devoção em Recife – As manifestações de fé e devoção à Santa Dulce em Recife estão presentes hoje em capelas dedicadas ao Anjo Bom. É também na capital pernambucana que reside o maestro José Maurício Moreira, que voltou a enxergar após pedir a intercessão da santa, depois de 14 anos de uma cegueira total – milagre esse que levou à Canonização de Irmã Dulce. Através do livro, o público pernambucano será convidado a um inédito e profundo mergulho na memória da religiosa baiana que construiu, a partir de um simples galinheiro, uma das mais impressionantes instituições sociais do país.

No valor de R$ 75, Cartas de Santa Dulce terá 100% da receita obtida com as vendas revertida para as Obras Sociais Irmã Dulce – entidade que abriga hoje um dos maiores complexos de saúde do país com atendimento 100% gratuito. Entre o público acolhido pela OSID, estão pacientes oncológicos, idosos, pessoas com deficiência e com deformidades craniofaciais, pessoas em situação de rua, usuários de substâncias psicoativas, crianças e adolescentes em situação de risco social, entre outros. Realizado pela OSID, o evento de lançamento do livro conta com o apoio do Buffet Portofino.

A obra, que revela toda a humanidade daquela a quem o povo comparou a um “anjo”, foi organizada por um conselho editorial que por dois anos se dedicou à pesquisa e seleção dos manuscritos, incluindo postais e fotos da intimidade de Santa Dulce. O grupo contou com a participação, além de Maria Rita, da jornalista Luciana Savaget; dos museólogos das Obras Sociais, Osvaldo Gouveia, Carla Silva e Marcela Avendaño; da missionária Irmã Maiara Santos; do gestor do Complexo Santuário Santa Dulce, Márcio Didier; e do designer Gilberto Strunck.

“Participar da construção desse livro foi uma experiência que ativou uma série de memórias, em especial, da época na qual pude participar mais de perto das obras dela. E os leitores de Pernambuco também poderão compartilhar, através dessa publicação, as alegrias, as angústias e, principalmente, a fé da Mãe dos Pobres”, ressalta a sobrinha Maria Rita.

Irmã Dulce morreu no dia 13 de março de 1992, aos 77 anos, no Convento Santo Antônio, na capital baiana. A freira, que dedicou sua vida aos mais necessitados, foi canonizada no dia 13 de outubro de 2019, passando a ser chamada Santa Dulce dos Pobres, e tendo o dia 13 de agosto como sua Data Litúrgica.

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