Por Padre Luciano Brito, vigário-geral arquidiocesano
Como nós, Igreja local, devemos viver essas semanas de Sínodo? O que ele representa para nós, fiéis?
“Sinodalidade” é uma palavra aparentemente nova, mas ela sempre esteve na alma da igreja, pois o que ela significa é um desejo de Jesus para toda a igreja: que caminhemos juntos, sendo um só povo, guiado pelo sucessor de Pedro e os sucessores dos apóstolos que estão em cada uma das dioceses; na Arquidiocese de Olinda e Recife, é dom Paulo Jackson e seu auxiliar é Dom Limacêdo.
Essa reunião que está acontecendo, em Roma, foi criada pelo Papa Paulo VI, logo depois do Concílio Vaticano II. O desejo dele era que, regularmente, o Papa se encontrasse com bispos do mundo inteiro para o debate de alguma situação da Igreja do mundo inteiro. Isso deixa claro que todos os bispos e o Papa formam um só colégio apostólico, tendo o sucessor de Pedro como cabeça. Assim, não pode haver igreja verdadeiramente católica sem que todos estejam com o Papa.
O Papa Francisco deseja que também todas as leigas e leigos, em razão do seu batismo, se sintam responsáveis pela missão evangelizadora da Igreja. O sínodo que acontece em Roma, por esses dias, congrega fiéis cristãos católicos do mundo inteiro. A igreja não pode ser uma democracia, porque, nessa forma de governo, o poder emana do povo; na Igreja, o poder emana de Cristo e somente em nome dele é que pode ser exercido. Não há, na Igreja, ninguém que mande de forma autoritária, mas deve haver quem sirva de forma misericordiosa, à semelhança do Bom Pastor, como Jesus nos ensinou. Se a Igreja tem uma organização institucional, ela tem uma essência cristológica; sua existência deve ser continuação da missão pastoral e evangelizadora de Jesus junto a todas as pessoas, especialmente as mais sofredoras.
A forma como devemos viver essas semanas de Sínodo é como devemos viver toda a nossa vida cristã, com a marca de nossa pertença à Igreja una, santa, católica e apostólica. A oração oxigena a nossa fé, arranca-nos de nossa morbidez espiritual, insere-nos na certeza de que somos todos membros uns com os outros de um único corpo. Se um membro da Igreja não está articulado com os demais membros, ele atrofia e prejudica a caminhada de todo o povo de Deus. Assim, caminhar juntos é uma necessidade e, na oração, nós caminharemos e trabalharemos para Jesus, por Jesus, com Jesus, no Espírito Santo.